Se você navega pelo mundo corporativo e dos negócios, com certeza já ouviu o termo “compliance”. Palavra advinda do inglês, “compliance” significa, basicamente, um conjunto de medidas para seguir padrões éticos. Segundo Coimbra e Manzi, “[…] Compliance é o dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes, regulamentos internos e externos, buscando mitigar o risco atrelado à reputação e o risco legal/regulatório”.
Esse setor corporativo já existe há quase um século, quando foi sugerido na Conferência de Haia, em 1930, na intenção de criar uma instituição capaz de regular o relacionamento entre instituições envolvidas com vários tipos de legislações.
Isso significa que o papel do compliance, no caso das empresas, é ideal para impedir que os negócios sejam afetados por eventos que tenham a ver com conduta errônea e fora de diretrizes, leis ou regulamentos. E isso inclui, logicamente, também o setor contábil de um negócio.
Compliance contábil: o que é?
Seja uma empresa grande ou pequena, é extremamente importante ter um compliance contábil para garantir o foco na qualidade dos resultados e nos impactos negativos na parte financeira. De maneira geral, o compliance contábil tem a mesma função de uma gestão de compliance, porém com foco na parte contábil.
Nesse sentido, o compliance contábil tem uma atuação focada no financeiro, e deve atuar em três frentes para conseguir impedir os riscos ao negócio.
Gestão de riscos
Identificar os riscos e saber como lidar com eles é primordial para qualquer negócio. Quando se fala dos investimentos e do orçamento, então, esse cuidado deve ser redobrado. Basicamente, a gestão de riscos foca na identificação das dificuldades que colocam o negócio em risco em longo prazo.
Seguindo o protocolo da ISO 3100, a gestão de riscos deve proteger e agregar valor ao negócio, exigindo medidas resolutivas, e não apenas analíticas. Há, portanto, quatro etapas da gestão de riscos: identificação, análise, mitigação e acompanhamento.
Governança corporativa
Essa é a frente mais voltada para o estabelecimento de regras e medidas que devem guiar o negócio; trata-se de um pilar de sistema de gestão empresarial bastante significativo e importante para um negócio.
Isso auxilia tanto a instituição quanto a relação da instituição com os clientes e funcionários, pois tem a intenção de garantir o equilíbrio financeiro entre todas essas balanças. A governança faz com que todos os processos considerem, também, todas as partes envolvidas no funcionamento da empresa.
No geral, esse sistema pode ser composto por um comitê de funcionários, um comitê de clientes, a diretoria executiva e o conselho de administração, além de consultores de confiança.
Gestão de processos e negócios
Essa é a frente que age na ponta do funil, com as tarefas da gestão de riscos e de governança corporativa sendo usadas como base para essa última frente. A gestão de processos e negócios é a responsável por otimizar todos os processos para que as engrenagens da empresa funcionem corretamente, de maneira alinhada as regras e normas do compliance.
Aqui, a produtividade é o foco, para impedir que os gargalos e desperdícios de tempo e de materiais impactem de maneira direta o orçamento da empresa. Essa frente é a responsável por garantir que tudo funcione corretamente, mantendo a saúde financeira do negócio.
Benefícios do compliance contábil
Como dito anteriormente, o compliance contábil é a área que garantirá a segurança e a saúde financeira da empresa. Uma das principais vantagens é a identificação dos riscos que podem afetar o negócio (trabalho da gestão de riscos), além da redução do desvio de recursos para garantir o pagamento de todas as tributações e responsabilidades da empresa.
As decisões também se tornam mais embasadas, pois são guiadas por dados mais sólidos e por uma estrutura mais bem consolidada.
E, por fim, a imagem da empresa também se torna muito mais positiva para as instituições externas a ela, pois a empresa passa a demonstrar uma cultura ética e comprometida com seus deveres. Isso alcança mais pessoas e aumenta o público do negócio, demonstrando que a empresa é confiável tanto para os clientes quanto para os fornecedores, sem esquecer, também, dos próprios funcionários que lá trabalham.
Da Redação do Portal Dedução